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Typographia Commercial Portuense, Porto, 1843. In-8º de (5)-226 págs. Encadernação moderna cartonada com papel marmoreado. Papel ligeiramente oxidado, resultante da sua própria qualidade sob acção do tempo.
Bonita edição de esmerado apuro gráfico, bem ao gosto romântico pleno de vinhetas de remate e cabeçoes de enfeite, com letras capitulares trabalhadas, todas distintas de Canto para Canto que constitui o poema.
Ostenta uma dedicatória autógrafa (aparada no canto inferior direito).
Inocêncio V, 64
Exemplares na biblioteca Pedro Veiga (FLUP) e Biblioteca Nacional
Não referido em "Poemas Herói-Cómicos Portugueses" de Alberto Pimentel (Porto, 1922).
RARO.
Poema, aparentemente de carácter liberal com tom irónico, é constituído por dez cantos, cada canto variável entre 47 e 83 estrofes, cada um com um argumento distinto, que se descreve cada um:
Canto 1º: D. PEDRO meditando no estado de Lysia, afflicto com o futuro terrivel, que lhe apresentava, procurou na solidão do campo alliviar sua alma opprimida; alli, guiado pela mão do Potente, se interna n'um espesso bosque; fervorosas supplicas dirige aos Ceos em pró de Lysia; de D. PEDRO obrigado a internar-ses, numa Caverna; Minerva debaixo da figura de Pallas lhe apparece em sonho; expõe-lhe seus deveres, e o estado de Lysia, e que voltando a Palacio principiaria a conhecer a veracidade do que lbe expunha. Renhida discussão entre D. PEDRO, e a Discordia. Embarque de D. PEDRO para a Inglaterra.
Canto 2º: Descripção da Revolução do Rio de Janeiro, quando a vinda de D. PEDRO a Europa, na qual os Genios do mal soltão todos os horrores. A Tyrannia, e a Anarchia de acordo querem renovar as Scenas de luto no quarto dia da revolução, então appareceu-lhes a Liberdade. Entretenimento d'esta com aquellas, e renhido debate. Mercurio por missão celeste poz termo ás dissidentes, té que os Deoses decidissem qual das duas [Tyrannia; ou Liberdade] deveria reinar em Lysia.
Canto 3º: Concílio Celeste sobre a sorte futura de Lysia. Descripção dos logares, que occupavão Deuses, e Deusas. Discurso de Juno contra a Liberdade. Desafronta em pró por Minerva. Decisão Celeste pela Liberdade.
Canto 4º: Vinda de D. PEDRO á Europa. Descripção da viagem, e da tormenta, que a poucos dias dos Açores soffreu. Sua chegada á Inglaterra, e a fórma como alli foi recebido.
Canto 5º: Descripção politica da Europa quando a vinda de D. PEDRO. Naçoens, que sympathisavão com elle. Tormentos dos Liberaes, e reinado de D. Miguel.
Canto 6º: Entrada de D. PEDRO no Porto. Construcção das Linhas da defesa. Sonho de D. PEDRO sobre os sucessos de Lysia. Historia, em resumo, da Emigração, e a da Ilha Terceira. Descrição do ataque do dia de S. Miguel.
Canto 7º: A Peste, e a Fome acommettem o Porto ; descripção d'estas. Estragos, e horrores causa-dos por uma , e outra. Descripção do ataque do dia de S. Thiágo.
Canto 8º: Embarque das Tropas Liberaes para o Algarve. Atravessamento do Algarve, e Alemtéjo, e o ataque de Cacilhas. Entrada em Lisboa. Des-cripção do combate das Esquadras Liberal, e Mi-guelista, com a entrada de Napier em Lisboa.
Canto 9º: Chegada de Dom PEDRO a Lisboa. Organisação das Linhas, com os ataques de 5 e 13 de Setembro, e a batalha do 10 de Outubro. Combate singular de Caçadores cinco com os Realistas de Lamego.
Canto 10º: Ataque de Santa Maria d'Almoster. Mortes d'Estremoz. Inspiração de Minerva a D. PEDRO de mandar ao Porto a Villa-Flor. Ataque da As-seiceira. Convenção d'Evora-Monte.
O escritor L. A. Palmeirim no seu livro Excentricos de Lisboa, na página 139 refere este livro de Jose Martins Rua "... Pedreida, poema heroico (...) que tem por assunpto as galhardias militares do imperador D. Pedro IV, e de que foi auctor (...), honrado negociante de cereais na Villa de Caminha, sua patria, onde tambem exerceu o cargo de administrador do concelho, a contento dos seus conterraneos. ..."